Encontrava-me ontem nos aposentos
de um bom sacerdote e, lá chamaram-me a atenção estas palavras: Somente Deus!
O meu olhar naquele momento estava
cheio de cansaço e dor, e minha mente se ocupava com tantos dias cheios de
azáfama, como o dia de ontem, e no meio do torvelinho de tantas angústias, e no
meio do som confuso de tantos suspiros, parecia-me que fosse a voz afável e boa
do meu anjo: Somente Deus, alma desconsolada, Somente Deus! Que
silêncio suave e cheio de paz...! e no silêncio suave e cheio de paz...! e no silêncio,
somente Deus!
Andava repetindo comigo – somente
Deus!
E me parecia sentir como que uma
atmosfera benéfica e calma envolta de minha alma! E então vi, atrás de mim, a
razão daqueles meus sofrimentos: vi que, em lugar de procurar no meu trabalho
agradar somente a Deus, há anos andava mendigando os louvores dos
homens, e estava numa busca contínua, num contínuo afã para encontrar alguém
que me pudesse ver, valorizar e aplaudir, e concluí dentro de mim: é preciso
começar vida nova também aqui, viver procurando somente Deus!
O olhar de Deus é como orvalho
que fortifica; é como um raio luminoso que fecunda e vivifica: trabalhemos,
pois, sem barulho e sem trégua, trabalhemos sob o olhar de Deus, de Deus
somente!
O olhar humano é raio escaldante
que empalidece as cores, até as mais resistentes: seria em nosso caso como o
sopro gelado do vendo que dobra a curva, estraga o caule ainda tenro desta
pobre plantinha.
Pela nossa alma e por toda a
nossa vida: somente Deus! Deus somente!
Oh! Como é útil e consolador
querer somente Deus por testemunha! Somente Deus é santidade no
seu grau mais elevado!
Somente Deus é a
segurança que tem fundamento mais sólido para se entrar um dia no céu. Somente
Deus, meus filhos. Deus somente!
(São Luís Orione)
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