quinta-feira, 7 de maio de 2020

Carta de Comunhão do Movimento Laical Orionita



A Carta de Comunhão do Movimento Laical Orionita é o fruto do trabalho de cinco anos, feito pelas coordenações locais e nacionais. Foi concluída e aprovada durante a reunião dos representantes do MLO das diversas nações, realizada em Claypole (Buenos Aires – Argentina), de 7 a 13 de outubro de 2002.

"A experiência secular da Igreja nos ensina que a íntima adesão espiritual à pessoa do Fundador e a fidelidade à sua missão, uma fidelidade sempre atenta aos sinais dos tempos, são fontes de vida abundante para a própria fundação e para todo o Povo de Deus. (…) Vocês foram chamados a participar da graça recebida de seu Fundador e a colocá-la à disposição de toda a Igreja"
João Paulo II


MENSAGEM DE JOÃO PAULO II AO MOVIMENTO LAICAL ORIONITA

Ao Reverendíssimo
Dom Roberto Simionato
Diretor Geral dos Filhos
da Divina Providência

 1. "Queremos ver Jesus" (JO 12,21). Com estas palavras um grupo de gregos, atraídos pelo fascínio do Divino Mestre, dirigiam-se um dia a alguns discípulos, exprimindo o desejo de encontrar o Senhor. Ao longo dos séculos tantas outras pessoas em todos os lugares da terra, continuaram a manifestar este mesmo desejo traindo homens e mulheres marcados por uma particular relação com a pessoa de Jesus.
Entre as testemunhas de Cristo do nosso século ocupa um lugar privilegiado o Beato Luis Orione, Fundador desta Família Religiosa. O seu fascínio espiritual contagiou tanta gente durante a sua vida e continua ainda agora a suscitar admiração e interesse. Aconteceu assim que entre os leigos próximos à pequena Obra da Divina Providência, veio afirmando-se o desejo de conhecer em profundidade o beato Fundador, para seguir mais fielmente seus passos.
Deste modo nasceu o Movimento Laical Orionita, com o objetivo de oferecer aos diferentes componentes dos grupos laicais surgidos ao redor das instituições da Obra a possibilidade de viver o seguimento de Cristo, partilhando com os Filhos da Divina Providência e com as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade o carisma orionino.
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 2. Após os primeiros anos de existência do Movimento, constatou-se a oportunidade de fazer uma avaliação do caminho percorrido em vista de seus ulteriores desenvolvimentos. Para tal fim foi promovido este Congresso Internacional, que tem como tema o brado paulino: "Instaurare omnia in Christo", escolhido pelo Beato para a Família Religiosa por ele fundada. Pretende-se assim, oferecer aos leigos a oportunidade de aprofundar o conhecimento do carisma orionino, para elaborar uma peculiar "carta de comunhão" e projetar posteriores avanços de compromisso e de partilhar a serviço da nova evangelização em vista do Grande Jubileu do Ano 2000.
 Ao externar a minha saudação aos participantes do encontro, não posso deixar de recordar-lhes as apaixonadas palavras do Beato Orione: "Instaurare omnia in Christo! Renovaremos a nós e todo mundo em Cristo, quando vivermos Jesus Cristo, quando formos realmente transformados em Jesus Cristo".
Era portanto, claro o convencimento do Fundador que a alma de toda autêntica renovação é a novidade de Cristo, que se faz presente em cada pessoa, nas famílias, nas estruturas civis e nas relações entre os povos. Seu afã era fazer Cristo o coração do mundo e servir Cristo em cada pessoa humana, especialmente nos pobres. Para dar conveniente sentido a esta sua intuição, ele entendia envolver de forma mais amplas os leigos na atividade apostólica, chamando-os a sintonizar-se com seu coração sem fronteiras, dilatado pela caridade de Cristo crucificado. Escrevia, de fato a alguns amigos da Obra em 1935 de Buenos Aires: "Todos sentireis comigo, certo, vivíssimo o desejo de cooperar, por estar em vós, aquela renovação de vida cristã ao"instaurare omnia in Christo" – do qual a pessoa, a família e as sociedades possam atender à restauração social. Tenhais a coragem do bem!" ( Lettere 11, 291).
Conscientes deste projeto já presente no coração do Beato Fundador, os responsáveis pela Família Orionita há alguns anos têm promovido o Movimento Laical, que a partir deste Congresso pretende ulteriormente definir e reforçar, com o fim de cooperar validamente, como ele amava repetir, em "fazer o bem sempre, o bem a todos, o mal nunca a ninguém".
3. Sinto-me feliz em aproveitar desta significativa circunstância para encorajá-lo, Venerado Irmão no sacerdócio, e os Religiosos e as Religiosas orionitas a fazer-se "guias espertos de vida espiritual, a cultivar nos leigos <<o talento mais precioso: o espírito>>!" (Vita Consecrata, 55). E convido os leigos que escolheram partilhar o carisma orionino vivendo no mundo, a zelarem e oferecerem generosamente à Pequena Obra da Divina Providência "a preciosa contribuição" da sua secularidade e do seu serviço específico. O Movimento Laical Orionita favorecerá assim a irradiação espiritual da vossa Família religiosa além das fronteiras do próprio Instituto, aprofundando os traços carismáticos para uma sempre mais eficaz atuação da sua missão específica na Igreja e no mundo".
4. Um pensamento particular dirijo aos membros do Instituto Secular Orionita, ao foi recentemente concedida a aprovação canônica como Instituto de vida consagrada. Bem sabendo que neste dias realizam a sua Assembléia Geral para a eleição das próprias autoridades, os exorto a viver com fidelidade e alegria a própria consagração no mundo e com os meios do mundo. Saibamos tornar-nos agentes de novas sínteses entre o máximo possível de participação nas alegrias e nas esperanças, nas angústias e nas dores dos irmãos, para direcioná-los rumo ao projeto de salvação integral manifestado pelo Pai, em Cristo. A sua laicidade consagrada os ajude a viver com coerência o Evangelho, no constante compromisso de concretizar, sobre as pegadas do testemunho e dos ensinamentos do Beato Orione, o programa paulino "Instaurare omnia in Christo".
Invoco, para isso, a proteção de Maria, "Mãe e celeste Fundadora" da Pequena Obra da Divina Providência, e a intercessão do Beato Luiz Orione, enquanto, em penhor dos favores celestiais concedo-lhe e aos membros do Movimento Laical e do Instituto Secular, como também a todos os que fazem parte dos vários títulos da Família Orionita, uma especial Bênção Apostólica.
João Paulo II
Do Vaticano, 7 Outubro 1997.


NOTA HISTÓRICA
·      O envolvimento dos leigos e leigas no espírito e na vida de Dom Orione e da sua Pequena Obra da Divina Providência, hoje tornado Movimento Laical Orionita, tem raízes históricas seguras e responde a uma precisa sensibilidade e vontade do Fundador.
·      É preciso recordar como o jovem clérigo Orione, em 1890, já estava inserido em duas associações laicais, a Conferência de S. Vicente e a Sociedade de Mútuo Socorro "São Marciano".
·      O seu primeiro coleginho de "São Bernardino" (1839) foi fundado como "Internato Paterno", por iniciativa de uma associação de "Pais", e foi gerido por Dom Orione com a ajuda de leigos e leigas solícitos.
·      Ainda nos inícios da fundação da Pequena Obra, em 1899, em Turim, Dom Orione lançou o projeto da primeira Associação feminina: "Ao redor dos nossos Institutos surjam as Damas da Divina Providênciauma associação grande  onde todas as almas se encontrem unidas no campo da caridade e num mesmo pensamento de abnegação e de sacrifício".
·      É surpreendente saber que Dom Orione, já nas Constituições manuscritas de 1904, previu uma forma de consagração também para os leigos "que desejam com todo ânimo seguir a perfeição, e estariam dispostos a fazer os votos, se fosse-lhes concedido".Apenas a Igreja, em 1947, reconheceu canonicamente os Institutos Seculares, foi dever e alegria dar seguimento àquele desejo do Pai com o encaminhamento daquele que se tornara o Instituto Secular Orionita.
·      Dom Orione tinha uma visão dos Ex-alunos "como apóstolos"; muitos desses, inseridos na vida civil, continuavam a ser, como leigos, parte viva da Família Orionita. Através da correspondência pessoal e da constituição em Associação (1934) cultivou o seu permanente envolvimento na vida e nos ideais da Pequena Obra.
·      É conhecida a capacidade do Fundador no zelo pelos Amigos, nos quais via verdadeiros discípulos e colaboradores. Na familiaridade da relação, guiava, formava e valorizava-os nas obras de bem, desenvolvendo neles uma consciência apostólica. Envolvia-os diretamente, às vezes também estavelmente, nas suas atividades de Congregação e os encorajava naquelas próprias do seu estado e profissão. Constituíram-se em Associação em 1940.
·      A estas iniciativas do Fundador com os leigos e leigas, seguiram-se após sua morte (12 de março 1940), aquelas, numerosíssimas, dos seus discípulos, favorecidas também pela progressiva mudança das condições sociais e do sentir eclesial.
·      O caminho do Movimento Laical Orionita, como é atualmente entendido, isto é, unitário, diversificado mas coordenado, organizado, sujeito autônomo identificado pelo carisma de Dom Orione, em comunhão com toda a Pequena Obra da Divina Providência, tem uma história recente.
·      O início é claramente reconhecível na Moção 11 do Capítulo Geral dos Filhos da Divina Providência (1922) e no VIII Capítulo Geral das Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade (1933): "Para Promover entre todos os Confrades e nos diversos setores das atividades da Congregação, a atuação das diretrizes da Igreja sobre a vocação e o papel dos leigos (Cfr. Apostolicam actuositatem, Christifideles laici e outros) pede-se que o Governo coordene a projeção das iniciativas aptas a atingir os objetivos de promoção da vocação e do papel dos leigos".
·      Após dois anos dedicados ao conhecimento da situação e ao estudo da realidade laical que vive na órbita de Dom Orione nas diversas nações, o Superior geral enviou a todos os Filhos da Divina Providência uma "Carta programática" (18.12.1995) para encaminhar o Movimento Laical Orionita; a essa fez rápido seguimento a carta análoga da Superiora geral (23.12.1995) que empenhava também as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade no mesmo caminho.
·      Com um envolvimento harmonioso de religiosos, religiosas, leigos e leigas colocou-se em andamento as coordenações locais, provinciais e geral. Em Rocca di Papa (9-12 outubro 1997), realizou-se o primeiro Congresso Internacional do MLO que deu dinamismo e criatividade ao Movimento. Tal evento, confortado por uma particular Mensagem do Papa, pode ser considerado o ato de nascimento oficial do Movimento. O 11º Capítulo Geral dos Filhos da Divina Providência (1988) deu um ulterior impulso ao crescimento do MLO.
·      Terminada a fase de primeira constituição do MLO, percebeu-se logo a exigência de um documento com linhas de formação e organização que fosse de referência segura para o caminho do MLO, diferente nos seus componentes por nacionalidade, cultura, categoria, tipo de associação e de pertença. Habituou-se chamar este documento "carta de comunhão" e por três anos as coordenações locais, provinciais se confrontaram para exprimir neste texto as motivações, os valores e as estruturas organizativas que favoreceriam o cominho futuro do MLO. Em Ariccia, de 28 de junho a 1 de julho de 2001, durante uma reunião dos representantes do MLO das diversas nações, o texto tomou a sua forma definitiva que, com alguns retoques, foi aprovada durante o segundo Congresso Internacional do MLO (Claypole, 7-13 outubro 2002).



CARTA DE COMUNHÃO DO 
MOVIMENTO LAICAL ORIONITA

I. IDENTIDADE

Felipe disse a Jesus: "Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós". Jesus respondeu: "Faz tanto tempo que estou no meio de vocês e ainda não me conhece, Felipe? Quem me viu o Pai" (Jo 14, 8-9)

1. Nome e Identidade

O Movimento Laical Orionita (MLO) é a agregação de leigos e leigas em caminho de comunhão eclesial que, associados ou não, vivem o carisma de Dom Orione nas suas particularidades situações e estados de vida e partilham com a Família Orionita a missão de "Instaurare omnia in Christo" (Ef 1,10).

2. Membros

São membros do MLO todos aqueles leigos e leigas pertencentes ou não a associações orionitas que, radicados no Evangelho, desejam viver e transmitem o carisma de Dom Orione no mundo, em comunhão com a Família orionita, com empenho de crescer no exercício da "caridade que tudo restaura, tudo edifica, tudo unifica em Cristo e na sua Igreja". (Scritti di Don Orione (citato Scritti) 61, 153.

3. Fim Específico

Em sintonia com o projeto de Dom Orione de "renovar e unificar em Jesus Cristo o homem e a sociedade, levando à Igreja e ao Papa o coração dos pequenos, dos pobres e das classes operárias", (Cfr. Scritti 8, 209; 59, 21; 52, 9; AA.VV. Nos Passos de Dom Orione. Subsídio para a formação ao carisma, Ed. Loyola, São Paulo 1997, p. 141 e 142.) o fim específico do MLO é favorecer a irradiação espiritual da Família orionita além das fronteiras visíveis da Pequena Obra aprofundando os traços carismáticos para uma sempre mais eficaz atuação da sua missão específica na Igreja e no mundo (Mensagem de João Paulo II ao MLO, 7 outubro 1997, n.3.) Tal fim realiza-se em particular com o acompanhamento, a animação e a formação ao carisma dos membros, respeitando a história e as formas de participação de cada um.

4. As Origens

O Movimento tem suas origens em Dom Orione, o qual, durante toda a sua vida, envolveu os leigos e leigas no seu espírito e na sua missão para "semear e arar Cristo na sociedade".
O caminho do MLO, como atualmente é entendido, tem uma história recente cujas etapas são assinaladas pelas seguintes datas:
1.  1992-1993: no X Capítulo Geral dos Filhos da Divina Providência e no VIII da Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade foi tratado e decidido a orientação da Pequena Obra para a "promoção da vocação e do papel dos leigos".
2.  1995: o Superior Geral endereça a todos os Filhos da Divina Providência uma "Carta programática" para viabilizar o MLO; a essa, segue-se aquela análoga da Superiora Geral que compromete também as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade no mesmo caminho.
3.  1997: em Rocca di Papa, durante o primeiro Congresso Mundial do MLO, são confrontadas idéias e experiências dos primeiros passos do movimento e concordadas algumas orientações comuns para o futuro. Tal evento, confortado por uma particular Mensagem do Papa, pode ser considerado o ato de nascimento oficial do Movimento.

5. Relações na Família Orionita

Desde o início, Dom Orione Pensou na Pequena Obra da Divina Providência (Filhos da Divina Providência, Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade e vários componentes laicais) como a “planta única com diversos ramos”, “corrente de águas vivas que espalham em tantos canais”, como “uma família unida em Cristo”.
Juntos, religiosos/as, leigos/as, vivem e difundem a riqueza carismática transmitida por Dom Orione através de uma reciprocidade de dons dentro da família orionita. Os religiosos/as, “guias espertos da vida espiritual”, são chamados a “cultivar nos leigos/as o talento mais precioso: o espírito”. Os leigos/as “que escolheram partilhar o carisma orionino vivendo no mundo, são convidados a ser zelosos e generosos em oferecer à Pequena Obra da Divina Providência a preciosa contribuição de sua secularidade e de seu serviço específico”.
Para uma apresentação pública da Família Orionita (FDP, PIMC, ISO, MLO), reconhecem no Superior Geral em comunhão com a mesma, enquanto sucessor de Dom Orione, o ponto de referência do carisma do Fundador.

6. Sede

A sede geral do MLO é em Roma, onde se encontram também as Sedes das Congregações religiosas de Dom Orione.

II. VALORES INSPIRADORES

Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos”
(1 Cor 12,4-6)
7. O Carisma Orionino

O carisma de Dom Orione consiste em “viver e difundir o conhecimento e o amor de Jesus Cristo, da Igreja e do Papa, especialmente no povo e entre os pobres mais distantes de Deus e mais abandonados” afim de que, cada pessoa possa encontrar a própria dignidade e a liberdade dos filhos de Deus. Os leigos e leigas do MLO, confiantes na Divina Providência, como Dom Orione, comprometem-se em viver o carisma e a construir um mundo mais justo e mais humano, em contínua atenção aos sinais dos tempos, para “Instaurare omnia in Christo”.

8. Aspectos Característicos da Espiritualidade do Orionita

Somos herdeiros dos quatro grandes amores de Dom Orione: Jesus, Maria, Papa, Almas.

1.  JESUS: “Só Ele é a fonte viva de fé e de caridade que pode restaurar e renovar o homem e a sociedade”.
2.  MARIA: “a quem veneramos e proclamamos como nossa Mãe e celeste Fundadora da Pequena Obra”
3.  PAPA: “o Papa é o vigário de Jesus Cristo nosso Deus e Redentor, é o ‘doce na terra’, como o chamou Santa Catarina de Sena; é o nosso guia seguro, é o nosso Mestre infalível, é nosso verdadeiro Pai”.
4.  ALMAS: “Almas e Almas! Eis toda a nossa vida; eis o nosso grito, o nosso programa, toda a nossa alma, todo o nosso coração”.

Reconhecemos como aspectos característicos da nossa espiritualidade: o empenho na caridade que salvará o mundo (“só a caridade salvará o mundo”); a operosa confiança na Divina Providência; o amor à Eucaristia, a Cristo Crucificado, a Nossa Senhora, à Igreja e ao Papa; a valorização e o respeito pela pessoa, com a atenção aos pobres mais pobres, aos últimos e aos mais distantes; o espírito de pobreza evangélica e de família; a missionaridade e a paixão pela unidade; o otimismo na fé, a alegria, a humildade, a simplicidade, a esperança, a acolhida, a partilha e o espírito de adaptação à fadiga; a iniciativa, a disponibilidade e a atenção às novas formas de pobreza.
9. Dom Orione com os leigos

Para realizar o “sonho” de levar o Evangelho e a caridade a todos os povos, Dom Orione, pioneiro em promover as vocações laicais, entendeu perfeitamente que devia procurar a colaboração e a co-responsabilidade dos leigos e Leigas; esses participariam das atividades da Pequena Obra no campo das realidades temporais com os religiosos e as religiosas e poderiam ir lá, onde estes não podem ordinariamente chegar, assegurando assim a presença da Igreja no serviço missionário e apostólico da caridade.
A atenção particular, afetuosa e paterna de Dom Orione para com os leigos e leigas, vê-se refletida em muitos dos seus escritos e cartas pessoais, na quais fazia-os conhecedores das aspirações do seu espírito e ajudava-os com os seus conselhos.
Tudo isto deve-se à sua profunda intuição de que o povo cristão é o verdadeiro artífice da renovação da sociedade.

10. Espírito Apostólico Orionita

O Espírito Santo está suscitando na Igreja uma mais viva consciência da vocação dos leigos e leigas e a sua missão para renovar em Cristo a pessoa humana e a sociedade.

Para encarnar a consagração batismal, inspirando-se em Dom Orione, os leigos e leigas comprometem-se com a alegre disponibilidade a:

1.  ser fermento, uma pacífica força de renovação cristã” semeando Cristo no coração das pessoas, da sociedade e das culturas, colocando-se ao serviço dos jovens, do “pobres mais pobres” e da Igreja;
2.  construir o Reino de Deus mediante gestos, obras de caridade e de promoção da justiça, denúncia das violações da dignidade humana, respeitando a diversidade dos dons e a vocação de cada pessoa e de cada comunidade, de cada povo e de cada grupo, tornando-se uma coisa só através do carisma do Pai Fundador.
3.  formar as crianças, os jovens e os adultos para os valores espirituais e civis da liberdade, da tolerância, da fraternidade, da justiça, da solidariedade e da responsabilidade.
4.  aderir ao mandato do Papa aos leigos e leigas para o terceiro milênio: "prosseguir no caminho da esperança, construindo o futuro a partir de sua específica vocação cristã. Solidamente radicados em Cristo e sustentados pelos ensinamentos sempre atuais do Concílio Vaticano II, testemunhem o Evangelho aos homens e mulheres do nosso tempo".

III. FORMAÇÃO

Não estava no nosso coração ardendo Quando ele nos falava pelo caminho,
e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32)

11. Importância e Finalidade da Formação

“Para descobrir e viver a própria vocação e missão, os fiéis leigos devem ser formados àquela unidade da qual é assinalado o seu próprio ser membros da Igreja e cidadãos da sociedade humana”.

O MLO, reforçando nos seus membros o sentido de pertença à Igreja mediante o batismo, ajuda a formá-los no carisma orionino, que constitui a sua identidade e razão de ser na Igreja, com objetivo de oferecer ao povo de Deus a contribuição específica para a qual o Senhor suscitou Dom Orione e a Pequena Obra. A formação consiste num caminho gradual, global e permanente através de uma revelação vital com a Palavra de Deus, com a Igreja, sob o exemplo de Dom Orione, com concretas relações e experiências eclesiais e orioninas.

12. Conteúdos Específicos

Somos conscientes, como relembrava Dom Orione, que devemos “primeiro renovar-nos em Cristo, para depois renovar os outros” através de uma formação humana, espiritual, doutrinal, missionária e carismática.

Conteúdos específicos da formação ao carisma orionino que não podem faltar são os seguintes:

1.  profundo respeito pela pessoa humana: ‘servir nos homens o Filho do Homem”;
2.  educação à caridade universal, com atenção aos “pobres mais pobres”: “fazer o bem a todos, fazer o bem sempre, o mal nunca a ninguém”;
3.  sentido de pertença à Igreja e ao Papa: “ninguém nos vença no amar com todas as nossas forças o Papa e a Igreja, ninguém nos vença no amor, na devoção, na generosidade para com a Mãe Igreja e o Papa”;
4.  compromisso ecumênico: “é próprio do nosso Instituto promover, na sua pequenez, a ação da Divina Providencia no conduzir as almas e as instituições humanas e tomar lugar na Santa Igreja… consagrando-se com todo estudo e sacrifício de caridade, a obter a união das Igrejas separadas”;
5.  confiança na Divina Providência, que leva a vier o espírito de pobreza: “A perfeita alegria não pode acontecer senão na perfeita dedicação de si a Deus e aos homens”;
6.  devoção a Maria: “A Jesus, ao Santo Padre e às Almas, por Nossa Senhora”.

O “projeto” formativo prevê também:

1.  o aprofundamento do conhecimento do Fundador, dos Santos de família e da vida da Pequena Obra da Divina Providência;
2.  momentos de vida orionina com festas de família, atividades caritativas, peregrinações a lugares orioninos, tempos de oração, encontros formativos e retiros da família orionita.

13. Estruturas de Formação

As coordenações nos vários níveis, ao estabelecer relações entre as diferentes realidades locais, culturais e sociais, e respeitando as características próprias de cada grupo, iniciarão um processo de formação que sustente e promova, em cada membro, a vocação laical a partir da identidade orionina com referência ao conhecimento, às atitudes e às habilidades operativas.
14. Responsabilidades Formativas de Coordenação

As coordenações têm a responsabilidade de:

COORDENAÇÃO LOCAL E/OU REGIONAL:
 desenvolver e conservar a própria identidade espiritual e apostólica mediante encontros de formação, jornadas de espiritualidade, retiros, peregrinações e divulgação de material orionino; favorecer a participação em alguns momentos de oração com a comunidade religiosa.
criar condições formativas para aprofundar linhas programáticas comuns;
cuidar da formação dos formadores/as.
Será constituído, para tal objetivo, um centro de estudos e uma equipe mista, de consagrados/as e leigos/as, que promovam subsídios e propostas formativas.   Organizar anualmente os exercícios espirituais da família orionita.

IV. MISSÃO

Cada um viva de acordo com a graça recebida e coloquem-se a serviço dos outros, como bons administradores das muitas formas da graça que Deus concedeu a vocês.” (1 Pd 4,10)

15. Testemunho e Missão

O objetivo do nosso testemunho e missão, como ensinava Dom Orione, é aquele de “instaurare omnia in Christo: iluminar e santificar as almas no conhecimento e na caridade de Deus, e renovar sucessivamente todas as instituições e todas as coisas, também pertencentes à sociedade civil dos homens”.

Realizamos a nossa vocação no “buscar o Reino de Deus conhecendo a realidade e ordenando-a segundo Deus”, “sendo portadores de uma fé e confiança inabalável na Divina Providência” e “empenhando-nos na realidade social para favorecer o progresso civil e religioso da humanidade”.

Este se manifesta nas escolhas de formação pessoal e de grupo, no compromisso e no testemunho no âmbito da comunidade eclesial e civil.

Estatuto do Movimento Laical Orionita

Instaurare omnia in Christo - logo orionitas | Orionitas | Flickr
ESTATUTO ASSOCIAÇÃO PÚBLICA DE FIÉIS LEIGOS “MOVIMENTO LAICAL ORIONITA”

1. NATUREZA e FINALIDADE

            Art. 1 – O Movimento Laical Orionita (MLO) é formado por fiéis leigos que, nas suas particulares situações e estado de vida, querem viver e transmitir o carisma de Dom Orione no mundo, em comunhão com a Família Orionita, com o compromisso de crescer no exercício da “caridade que tudo restaura, tudo edifica, tudo unifica em Cristo e na sua Igreja”[1] e partilhando a missão de “Instaurare omnia in Christo” [Renovar Tudo em Cristo] (Ef 1,10).
            Art. 2 – O Movimento Laical Orionita é uma Associação pública de fiéis leigos que a Sé Apostólica (CIVCSVA) reconheceu como obra própria dos Institutos religiosos de direito pontifício dos Filhos da Divina Providência e das Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, aprovando o seu Estatuto.
             Art. 3 – Em sintonia com o projeto de Dom Orione de “renovar e unificar em Jesus Cristo a pessoa humana e a sociedade, levando à Igreja e ao Papa o coração dos pequenos, dos pobres e das classes operárias”[2], a finalidade específica do MLO é favorecer a irradiação espiritual da Família Orionita para além das fronteiras visíveis da Pequena Obra da Divina Providência (PODP), aprofundando os seus traços carismáticos laicais, para uma sempre mais eficaz atuação da sua missão específica na Igreja e no mundo[3]. Tal finalidade se realiza em particular com a promoção, animação e formação ao carisma dos seus membros, respeitando a história e as formas de participação de cada um[4].
             Art. 4 – O Movimento Laical Orionita se reconhece unido, por origem e carisma, à Família da Pequena Obra da Divina Providência. Na autonomia da própria identidade, vive o mesmo carisma em comunhão com todas as componentes: os Filhos da Divina Providência (FDP), as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade (PIMC) e o Instituto Secular Orionita (ISO).
             Art. 5 – A sede central do Movimento é em Roma, onde se encontram também as Direções Gerais das Congregações dos Filhos da Divina Providência, das Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade e do Instituto Secular Orionita. O endereço é na Via Cavour, 238 – Roma.
  
2. MEMBROS

            Art. 6 – Fazem parte do Movimento Laical Orionita todos os leigos já pertencentes a grupos orionitas[5] ou aqueles que, radicados no Evangelho, querem viver e transmitir o carisma de Dom Orione no mundo, em comunhão com a Família Orionita.
            Art. 7 – São membros do MLO os leigos organizados em grupos ou indivíduos que, inspirados no carisma de Dom Orione e alimentados pela comunhão da Família carismática Orionita, tenham feito regular pedido de admissão, sejam admitidos[6] pela competente Coordenação segundo os critérios de orioninidade[7] e de eclesialidade,[8] e pronunciem a fórmula de adesão, seguindo as modalidades indicadas pelo Regulamento.
            Art. 8 – Os Oblatos são os membros do MLO que querem viver uma particular consagração espiritual, apostólica e orionita. Além do presente Estatuto, eles seguem as linhas guia dos grupos de oblação e se comprometem diante de Deus com a promessa de “caridade evangelizadora”.
            Art. 9 – São reconhecidos como simpatizantes todos os leigos que desejam alimentar o seu compromisso cristão inspirando-se na espiritualidade de Dom Orione e participando das iniciativas do MLO e da Família Orionita.
            Art. 10 – Os membros podem deixar em qualquer momento a Associação mediante comunicação escrita ao responsável da Coordenação local.
            Pode ser demitido quem não respeita o Estatuto, a legislação eclesiástica ou contradiz publicamente os traços característicos do leigo orionita.  O julgamento e a demissão cabe à Coordenação local com o consenso da Coordenação territorial, na caridade, justiça e equidade, depois de ter escutado a pessoa interessada.

3 – ESPIRITUALIDADE

            Art. 11 – Os leigos orionitas são chamados a viver a sua vocação com o compromisso de participar da tríplice dimensão de Cristo Sacerdote, Profeta e Rei. Vivem as situações do mundo contemporâneo: “os fiéis e mais precisamente os leigos se encontram nas fronteiras mais avançadas da vida da Igreja. Através deles a Igreja é o princípio vital da sociedade humana. Por isso eles, e especialmente eles, devem ter sempre a clara convicção não só de pertencer à Igreja, mas de ser a Igreja”. [9]
Respondem ao chamado à santidade no seu estado de vida através da oração pessoal, da Palavra de Deus vivida, dos sacramentos e no serviço de Cristo nos pobres: “Devemos ser santos, mas fazer-nos santos tais que a nossa santidade não pertença só ao culto dos fiéis, nem esteja só na Igreja, mas transcenda e jogue na sociedade muito esplendor de luz, muita vida de amor de Deus e dos homens, para ser, mais que os santos da Igreja, os santos do povo e da saúde social”.[10]

            Art. 12 – Reconhecem como aspectos característicos da sua espiritualidade: o compromisso na caridade que somente ela salvará o mundo;[11] a ativa confiança na Divina Providência; o amor à Eucaristia, a Cristo Crucificado , a Nossa Senhora, à Igreja e ao Papa; a valorização e o respeito da pessoa, com atenção aos pobres mais pobres, aos últimos e aos mais distantes; o espírito de pobreza evangélica e de família; a missionariedade e a paixão pela unidade; o otimismo na fé, a alegria, a humildade, a simplicidade, a esperança, a acolhida, a partilha e o espírito de adaptação à fadiga; a habilidade, a disponibilidade e a atenção para com as novas formas de pobreza.[12]

4 – MISSÃO

             Art. 13 – Os leigos orionitas realizam a sua vocação ao “procurar o Reino de Deus tratando das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus”,[13] sendo “portadores de uma fé e confiança inquebrantável na Divina Providência”[14] e “empenhando-nos na realidade social para favorecer o progresso civil e religioso da humanidade”.[15] Isto se manifesta nas escolhas de formação pessoal e de grupo, no compromisso e no testemunho no âmbito da comunidade eclesial e civil.
             Art. 14 – Empenham-se para ser instrumentos de humanização e de evangelização da cultura, na vida familiar e civil, através da participação ativa nos movimentos populares, políticos e culturais para promover a dignidade da pessoa humana e transformar a realidade social.
             Art. 15 – Conscientes que “a caridade unifica em Cristo e na Igreja”,[16] empenham-se para ser construtores de unidade e de comunhão em Cristo mediante as obras espirituais e corporais da caridade. Crescem no conhecimento e no amor à Igreja:
1. estudando a doutrina da Igreja e divulgando os seus documentos;
2. participando ativamente da vida e dos projetos pastorais paroquiais, diocesanos e universais;
3. promovendo o encontro ecumênico e o diálogo interreligioso;
4. seguindo Dom Orione na audácia apostólica da caridade, para fazer experimentar a todos a Providência de Deus e a maternidade da Igreja.
            Art. 16 – Os leigos do MLO querem:
1. favorecer a comunicação e comunhão de todos os leigos – associados ou não – entre eles e em relação com a Família Orionita;
2. oferecer com espírito de gratuidade fraterna a própria contribuição de secularidade e de serviço específico na formação e nos projetos comuns, sobretudo através da participação nos secretariados e nas atividades formativas;
3. representar unitariamente os leigos, como componentes da Família Orionita, nas relações internas e externas da  PODP;
4. cooperar para a unidade e vitalidade da família orionita, acompanhar, animar, formar aqueles leigos que conheceram a Pequena Obra, que se sentem atraídos para ela ou que partilham o estilo de vida do Fundador, mesmo sem pertencer a alguma associação ou grupo particular;
5. preparar responsáveis que possam dar continuidade às atividades desenvolvidas pelos leigos, a fim de que o carisma orionita se projete no tempo;
6. acompanhar, junto com os religiosos e religiosas, os leigos funcionários das obras orionitas, animando-os e formando-os do ponto de vista humano, espiritual e carismático;
7. ser elementos de comunhão para os leigos que fazem parte da comunidade paroquial, das atividades de promoção humana, social, educativa e missionária.

5 – FORMAÇÃO

            Art. 17 – A fim de viver a própria vocação e de testemunhar eficazmente o Evangelho, cada membro do MLO se empenhará em um percurso de formação contínua e integral, que o ajude a crescer desenvolvendo as dimensões humana, espiritual, doutrinal, social e profissional segundo o carisma orionita, de tal forma a realizar uma estreita unidade de vida entre o seu ser membro da Igreja e cidadão do mundo.[17] Neste caminho de formação cada membro do MLO e as Coordenações nos vários níveis contarão com a colaboração de um religioso ou religiosa orionita como Assistente Espiritual.
            Art. 18 – Os conteúdos específicos da formação ao carisma orionita que não poderão faltar são os seguintes:
1. profundo respeito pela  pessoa humana: “servir nos homens o Filho do homem”; [18]
2. educação à caridade universal, com atenção aos  “pobres mais pobres”: “fazer o bem a todos, fazer o bem sempre, o mal nunca a ninguém”; [19]
3. sentimento de pertença à Igreja e ao Papa:  “ninguém nos vença em amar com todas as nossas forças o Papa e a Igreja, ninguém nos vença no amor, na devoção, na generosidade para com a Mãe Igreja e o Papa”; [20]
4. compromisso ecumênico: “é próprio do nosso Instituto colaborar, na sua pequenez, na ação da Divina Providência no conduzir as almas e as humanas instituições a tomar parte na Santa Igreja… consagrando-se com todo estudo e sacrifício de caridade, para obter a união das Igrejas separadas”; [21]
5. Confiança na Divina Providência, que leva a viver o espírito de pobreza: “a perfeita alegria não pode se dar senão na perfeita entrega de si a Deus e aos homens”; [22]
6. Devoção a Maria: “A Jesus, ao Santo Padre e às Almas por Maria”. [23]
             Art. 19 – Projeto formativo
Os conteúdos do carisma orionita serão transmitidos mediante o projeto formativo que prevê:
1. o aprofundamento do conhecimento do Fundador, dos Santos de Família e da vida da Pequena Obra da Divina Providência;
2. a partilha de momentos de vida orionita, festas de Família, atividades caritativas, peregrinações a lugares orionitas, tempos de oração, encontros formativos e retiros da Família orionita.

6 – ORGANIZAÇÃO

             Art. 20 O vínculo de unidade do MLO é a adesão ao carisma de Dom Orione. O Movimento vive enraizado e difundido no território e trabalha em nível local com atividades próprias ou colaborando com as outras componentes da Família orionita nas atividades por elas gerenciadas.
Para realizar a própria identidade e missão age com uma estrutura organizativa essencial, dinâmica e flexível, que, nos vários níveis, desenvolve funções de coordenação, animação e formação. A estrutura organizativa é articulada em Coordenações locais, Coordenações territoriais, Coordenação geral.[24]
As Coordenações são presididas pelo respectivo Coordenador local, terrirorial e geral.
             Art. 21 – As Coordenações em cada nível cuidarão particularmente da relação com o Movimento Juvenil Orionita (MJO). [25]
            Art. 22 – Coordenação local
É a estrutura de base de uma localidade que desenvolve funções de animação, formação e comunicação entre os vários grupos leigos e os simpatizantes, coordenando-os entre eles e com as outras realidades eclesiais e civis. [26]
É composta pelos representantes eleitos pelos membros do MLO de uma localidade, segundo o correspondente Regulamento; nela estão presentes religiosos orionitas na qualidade de Assistentes espirituais. Atua através de reuniões de coordenação e assembleias.[27]
             Art. 23 – Competências da Coordenação local
São competências da Coordenação local:
1. admitir os novos membros.
2. desenvolver e conservar a identidade espiritual e apostólica mediante encontros de formação, jornadas de espiritualidade, retiros, peregrinações e divulgações de material orionita;
3. favorecer a participação em momentos de vida espiritual com as comunidades religiosas[28] e em outras atividades para crescer no espírito de família;
4. favorecer a troca de experiências entre os leigos orionitas de modo que cresça entre os participantes o espírito orionita;
5. organizar ao menos um encontro ao ano com todas as realidades laicais orionitas presentes na própria localidade.
6. eleger o próprio Coordenador  e Vice e nomear a secretaria executiva com as modalidades previstas no Regulamento.
            Art. 24 – Coordenação Territorial
É constituída pelos Coordenadores locais de um determinado território; nela estão presentes os Conselheiros provinciais encarregados do MLO (FDP e PIMC) na qualidade de Assistentes espirituais. Atua mediante reuniões de coordenação e assembleias. [29]
             Art. 25 – Competências da Coordenação Territorial
As competências da Coordenação territorial são:
1. animar a vida do MLO no território;
2. cuidar e oferecer instrumentos formativos para aprofundar as linhas comuns de identidade e de ação;
3. cuidar da formação mediante encontros, serviço de centro de estudos e de equipe de religiosos e leigos que promovam subsídios e propostas formativas;
4. organizar anualmente os exercícios  espirituais para leigos, também junto a outros membros da Família orionita;
5. programar um evento anual de Família com todas as realidades laicais do território;
6. estar disponíveis para participar e colaborar nas reuniões dos Religiosos (Capítulo, Assembleia, Reuniões dos superiores, etc…) oferecendo a própria colaboração para o bem da Província Religiosa;[30]
7. eleger o próprio Coordenador e Vice, com base em uma lista de candidatos, fruto de precedente consulta entre as Coordenações locais e confirmadas pelos Superiores Provinciais FDP e PIMC.
8. nomear a secretaria executiva territorial segundo o correspondente Regulamento.
9. interpretar e propor diretrizes particulares acerca da atuação das normas do Estatuto no próprio território.
             Art. 26 – Coordenação geral
É constituída pelos Coordenadores territoriais; nela estão presentes os Conselheiros gerais encarregados do MLO (FDP e PIMC) na qualidade de Assistentes espirituais.
A Coordenação geral se reúne em Assembleia ordinária a cada três anos e extraordinária quando o Coordenador geral considerar oportuno ou a pedido de dois terços da Coordenação geral. A convocação acontecerá três meses antes ou, em caso de urgência, um mês antes da sua celebração mediante uma comunicação juridicamente válida.
             Art. 27 – Competências da Coordenação geral
As competências da Coordenação geral reunida em Assembleia são:
1. eleger o próprio Coordenador e Vice, com base em uma lista de candidatos escolhidos entre os Coordenadores territoriais, fruto de precedente consulta e confirmada pelos Superiores gerais  FDP e PIMC.
2. nomear os membros da Secretaria executiva;
3. administrar o patrimônio do Movimento;
4. definir as linhas guia para a elaboração do projeto formativo trienal;
5. aprovar a partir de proposta da Secretaria executiva:
a. o projeto trienal das atividades;
b. os documentos para a aplicação do Estatuto e da vida do  Movimento;
c. o orçamento das entradas e das saídas e a prestação de contas econômica  e financeira.
6. deliberar sobre outras matérias de carácter geral e sobre questões propostas pela Coordenação geral ou pelas Coordenações territoriais;
7. participar a convite, com ao menos um dos seus membros, na reunião dos Conselhos Gerais dos FDP, PIMC e ISO.
8. interpretar e propor diretrizes particulares sobre a aplicação das normas do Estatuto em nível geral.
            Art. 28 – Coordenador geral
O Coordenador geral é o responsável do MLO, promove a sua unidade e preside a Coordenação geral.
A ele compete:
1. convocar a assembleia da Coordenação geral e dirigir os seus trabalhos;
2. propor à Assembleia da Coordenação geral os programas, as iniciativas e as decisões aptas para assegurar o desenvolvimento do MLO;
3. assumir em caso de necessidade e urgência, providências extraordinárias, comunicando-as oportunamente aos membros da Coordenação geral;
4. ter relação efetiva com a Secretaria executiva e participar ao menos de um seu encontro anual;
5. representar o MLO diante dos organismos civis, eclesiásticos e da Família orionita.
Em caso de ausência ou de impedimento, o Coordenador geral é substituído pelo Vice-Coordenador ou por um Coordenador territorial.
            Art. 29 – Assistentes espirituais gerais
Os Assistentes espirituais do MLO são o Conselheiro geral FDP e a Conselheira geral PIMC encarregados do MLO; participam das reuniões da Coordenação geral e da Secretaria executiva.
A eles compete:
1. cuidar da assistência espiritual;
2. contribuir na formação dos membros do Movimento;
3. colaborar na elaboração das orientações e do projeto formativo;
4. representar as respectivas Congregações e cuidar da comunhão do MLO com toda a Família orionita.
            Art. 30 – Secretaria executiva geral
A Secretaria executiva, nomeada pela Coordenação geral é formada ao menos por três membros, entre os quais é nomeado o Secretário geral, o encarregado da formação e o tesoureiro geral. Dela fazem parte também os dois Assistentes espirituais gerais.
A Secretaria executiva, em dependência da Coordenação, tem competências executivas e de promoção. Em particular: 
1. colaborar com a Coordenação geral nas questões práticas de promoção da integração;
2. elaborar o orçamento anual das entradas e das saídas e a prestação de contas econômica e financeira para submeter à aprovação da Coordenação geral;
3. reunir-se frequentemente com a Coordenação geral;
4. elaborar o projeto formativo trienal.
A Secretaria executiva tem sede em Roma na Via Cavour, 238.
            Art. 31 – Secretário/a geral
Ao Secretário/a geral compete:
1. coordenar a Secretaria executiva;
2. redigir e enviar as atas das reuniões da Coordenação geral e da Secretaria executiva;
3. manter contatos frequentes com o Coordenador geral;
4. entrar em comunicação diretamente com as Coordenações territoriais e pedir as atas das diversas atividades;
5. informar sobre atividades do MLO à Família orionita e aos organismos interessados da Igreja;
6. organizar e zelar pelo arquivo do MLO.
            Art. 32 – Tesoureiro/a geral
Ao Tesoureiro geral compete:
1. cuidar da gestão dos bens patrimoniais do MLO sob a direção do Coordenador geral;
2. elaborar e apresentar a cada ano o orçamento e a prestação de contas das entradas e das despesas ao Coordenador geral para a aprovação;
3. apresentar a cada três anos a prestação de contas conclusiva e orçamento do triênio para submeter à aprovação da Assembleia da Coordenação geral.
            Art. 33 – Modalidade das decisões
As decisões que em todos os níveis competem à Coordenação, são consideradas aprovadas quando, depois de atento discernimento, obtenham a maioria absoluta dos votos.
            Art. 34 – Duração dos cargos
Os cargos eletivos em cada nível de Coordenação previstos pelo Estatuto têm duração trienal e são renováveis.

7 – ASPECTOS ECONÔMICOS

            Art. 35 – O MLO não tem objetivo de lucro e provê às atividades definidas no Estatuto mediante as contribuições e a colaboração dos membros, os subsídios, oblações, ofertas, doações de empresas e de particulares para o uso exclusivo do MLO, os provenientes da gestão das próprias atividades.
            Cada Coordenação procurará adequadas formas de financiamento para as despesas de formação, das estruturas organizativas e para intervenções de solidariedade. [31]
            Art. 36 – Os bens de propriedade do Movimento são administrados pelas Coordenações, segundo o Regulamento, garantindo, em todos os níveis, uma administração transparente. Cada Coordenação prestará conta da administração à instância superior.
             Na administração dos bens a Associação é sujeita à vigilância dos Superiores gerais FDP e PIMC que, informados, garantirão o seu uso somente aos fins estabelecidos pelo Estatuto.[32]

8 – NORMAS FINAIS

             Art. 37 – A vida do Movimento é regulada pelo presente Estatuto e por um Regulamento prático.
            Art. 38 – Extinção e supressão
 A extinção da Associação pode ser proposta pela Coordenação geral, reunida em Assembleia, com a maioria qualificada de dois terços, e com a confirmação dos Superiores Gerais FDP e PIMC. A decisão última compete à CIVCSVA. [33]
 Em caso de extinção ou supressão, os bens da Associação serão destinados em partes iguais às Congregações religiosas dos FDP e das PIMC, salvos os direitos conquistados e a vontade dos doadores, segundo a norma do direito canônico e civil. [34]
            Art. 39 – Modificações do Estatuto
Eventuais modificações do presente Estatuto podem ser deliberadas, por maioria qualificada, pela Coordenação geral. Obtido o parecer favorável dos Superiores gerais FDP e PIMC, serão transmitidas à Sé Apostólica para aprovação.
             Art. 40 – Disposições gerais
Para o que não está previsto pelo presente Estatuto valem as disposições do Código de Direito Canônico.



 cfr. Scritti di Don Orione (citato Scritti) 61, 153.

[2] cfr. Scritti  8, 209; 59, 21; 52, 9; AA.VV. Nos Passos de Dom Orione. Subsídio para a formação ao Carisma, Edições Loyola, São Paulo 1997 (citado Nos Passos) p.147 e 237-239.

[3] cfr. Messaggio di Giovanni Paolo II al Movimento Laicale Orionino, 7 ottobre 1997, n.3; AA.VV. Laici con Don Orione, Movimento Laicale Orionino, Roma 1998, (citato Laici con Don Orione) p.5-7.

[4] cfr. Carta de Comunhão art. 3.[1]

[5] Com o termo “grupos” se entende aqueles grupos/associações orionitas, formados com uma particular finalidade própria (ex-alunos, amigos, jovens, voluntários, vocações, oração, solidariedade, etc). No Regulamento se especificará que os grupos locais serão admitidos pela Coordenação local (com confirmação da Coordenação territorial) e os grupos territoriais serão admitidos pela Coordenação Territorial (com confirmação daquela Geral).

[6] Os grupos já existentes (por exemplo: Ex alunos, Amigos de Dom Orione, Movimento Juvenil Orionita –MJO-, Movimento orionita de voluntariado –MOV-, Oblatos, etc.) serão elencados como membros já no momento do reconhecimento canônico, sem necessidade de ulterior admissão.

[7] cfr. Carta de Comunhão Cap. II, Valores inspiradores.

[8] cfr. Exortação Apostólica Christifideles laici, n. 30

[9] A expressão de Pio XII é retomada em  Christifideles laici, n.9.

[10] Nel nome della Divina Provvidenza, p.142.

[11] Lettere I, 282; cfr. Nos Passos de Dom Orione 268-269.

[12] Para uma apresentação global e detalhada dos aspectos característicos da espiritualidade do Orionita, ver o volume  AA.VV. Nos passos de Dom Orione. Subsídio para a formação ao carisma, Loyola, São Paulo, 1997.

[13] Lumen gentium, 31

[14] Lettere I, pp.362-363

[15] Lettere I, 356

[16] cfr. Scritti  61, 153.

[17] cfr. Christifideles laici 59.

[18] Nel nome della Divina Provvidenza ,  p.141.

[19] Nel nome della Divina Provvidenza, p.108; Scritti 61, 170; 46, 116; 62, 99c.

[20] Lettere I, 96-97; cfr. Nos Passos, p.211-224.

[21] Scritti  52, 10; 112, 41.

[22] Nos Passos, p. 140.

[23] Scritti  103, 112.

[24] cfr. Carta de Comunhão, 20.

[25] Projeto orionita de pastoral Juvenil-vocacional n. 126, n. 140,  n. 141, n. 142

[26] cfr. Carta de Comunhão, 21.

[27] Nestas assembleias poderão participar também outros membros do MLO e representantes de associações presentes no local.

[28] cfr. Carta de Comunhão, 14.

[29] Nestas assembleias poderão participar também outros membros do MLO e representantes de associações presentes no território.

[30] cfr. Carta de Comunhão, 22.

[31] cfr. Carta de Comunhão, 26.

[32] cfr. can. 323.

[33] cfr. can 320, & 1.

[34]
cfr.  can  326, § 2.