A Carta de Comunhão do
Movimento Laical Orionita é o fruto do trabalho de cinco anos, feito pelas
coordenações locais e nacionais. Foi concluída e aprovada durante a reunião dos
representantes do MLO das diversas nações, realizada em Claypole (Buenos Aires
– Argentina), de 7 a 13 de outubro de 2002.
"A experiência
secular da Igreja nos ensina que a íntima adesão espiritual à pessoa do Fundador
e a fidelidade à sua missão, uma fidelidade sempre atenta aos sinais dos
tempos, são fontes de vida abundante para a própria fundação e para todo o Povo
de Deus. (…) Vocês foram chamados a participar da graça recebida de seu
Fundador e a colocá-la à disposição de toda a Igreja"
João Paulo II
MENSAGEM DE
JOÃO PAULO II AO MOVIMENTO LAICAL ORIONITA
Ao Reverendíssimo
Dom Roberto Simionato
Diretor Geral dos
Filhos
da Divina Providência
1. "Queremos ver Jesus" (JO 12,21). Com estas
palavras um grupo de gregos, atraídos pelo fascínio do Divino Mestre,
dirigiam-se um dia a alguns discípulos, exprimindo o desejo de encontrar o
Senhor. Ao longo dos séculos tantas outras pessoas em todos os lugares da
terra, continuaram a manifestar este mesmo desejo traindo homens e mulheres
marcados por uma particular relação com a pessoa de Jesus.
Entre as testemunhas de
Cristo do nosso século ocupa um lugar privilegiado o Beato Luis Orione,
Fundador desta Família Religiosa. O seu fascínio espiritual contagiou tanta
gente durante a sua vida e continua ainda agora a suscitar admiração e
interesse. Aconteceu assim que entre os leigos próximos à pequena Obra da
Divina Providência, veio afirmando-se o desejo de conhecer em profundidade o
beato Fundador, para seguir mais fielmente seus passos.
Deste modo nasceu o
Movimento Laical Orionita, com o objetivo de oferecer aos diferentes
componentes dos grupos laicais surgidos ao redor das instituições da Obra a
possibilidade de viver o seguimento de Cristo, partilhando com os Filhos da
Divina Providência e com as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade o carisma
orionino.
.
2. Após os primeiros anos de existência do Movimento,
constatou-se a oportunidade de fazer uma avaliação do caminho percorrido em
vista de seus ulteriores desenvolvimentos. Para tal fim foi promovido este
Congresso Internacional, que tem como tema o brado paulino: "Instaurare omnia in Christo",
escolhido pelo Beato para a Família Religiosa por ele fundada.
Pretende-se assim, oferecer aos leigos a oportunidade de aprofundar o
conhecimento do carisma orionino, para elaborar uma peculiar "carta de comunhão" e
projetar posteriores avanços de compromisso e de partilhar a serviço da nova
evangelização em vista do Grande Jubileu do Ano 2000.
Ao externar a minha saudação aos participantes do encontro,
não posso deixar de recordar-lhes as apaixonadas palavras do Beato Orione: "Instaurare omnia in Christo! Renovaremos
a nós e todo mundo em Cristo, quando vivermos Jesus Cristo, quando formos
realmente transformados em Jesus Cristo".
Era portanto, claro o
convencimento do Fundador que a alma de toda autêntica renovação é a novidade
de Cristo, que se faz presente em cada pessoa, nas famílias, nas estruturas
civis e nas relações entre os povos. Seu afã era fazer Cristo o coração do mundo
e servir Cristo em cada pessoa humana, especialmente nos pobres. Para dar
conveniente sentido a esta sua intuição, ele entendia envolver de forma mais
amplas os leigos na atividade apostólica, chamando-os a sintonizar-se com seu
coração sem fronteiras, dilatado pela caridade de Cristo crucificado. Escrevia,
de fato a alguns amigos da Obra em 1935 de Buenos Aires: "Todos sentireis
comigo, certo, vivíssimo o desejo de cooperar, por estar em vós, aquela
renovação de vida cristã ao"instaurare
omnia in Christo" – do qual a pessoa, a família e as
sociedades possam atender à restauração social. Tenhais a coragem do bem!"
( Lettere 11, 291).
Conscientes deste projeto
já presente no coração do Beato Fundador, os responsáveis pela Família Orionita
há alguns anos têm promovido o Movimento Laical, que a partir deste Congresso
pretende ulteriormente definir e reforçar, com o fim de cooperar validamente,
como ele amava repetir, em "fazer o bem sempre, o bem a todos, o mal nunca
a ninguém".
3. Sinto-me feliz em
aproveitar desta significativa circunstância para encorajá-lo, Venerado Irmão
no sacerdócio, e os Religiosos e as Religiosas orionitas a fazer-se "guias
espertos de vida espiritual, a cultivar nos leigos <<o talento mais
precioso: o espírito>>!" (Vita
Consecrata, 55). E convido os leigos que escolheram partilhar o
carisma orionino vivendo no mundo, a zelarem e oferecerem generosamente à
Pequena Obra da Divina Providência "a preciosa contribuição" da sua
secularidade e do seu serviço específico. O Movimento Laical Orionita
favorecerá assim a irradiação espiritual da vossa Família religiosa além das
fronteiras do próprio Instituto, aprofundando os traços carismáticos para uma
sempre mais eficaz atuação da sua missão específica na Igreja e no mundo".
4. Um pensamento
particular dirijo aos membros do Instituto Secular Orionita, ao foi recentemente
concedida a aprovação canônica como Instituto de vida consagrada. Bem sabendo
que neste dias realizam a sua Assembléia Geral para a eleição das próprias
autoridades, os exorto a viver com fidelidade e alegria a própria consagração
no mundo e com os meios do mundo. Saibamos tornar-nos agentes de novas sínteses
entre o máximo possível de participação nas alegrias e nas esperanças, nas
angústias e nas dores dos irmãos, para direcioná-los rumo ao projeto de
salvação integral manifestado pelo Pai, em Cristo. A sua laicidade consagrada
os ajude a viver com coerência o Evangelho, no constante compromisso de
concretizar, sobre as pegadas do testemunho e dos ensinamentos do Beato Orione,
o programa paulino "Instaurare
omnia in Christo".
Invoco, para isso, a proteção
de Maria, "Mãe e celeste Fundadora" da Pequena Obra da Divina
Providência, e a intercessão do Beato Luiz Orione, enquanto, em penhor dos
favores celestiais concedo-lhe e aos membros do Movimento Laical e do Instituto
Secular, como também a todos os que fazem parte dos vários títulos da Família
Orionita, uma especial Bênção Apostólica.
João Paulo II
Do Vaticano, 7 Outubro
1997.
NOTA HISTÓRICA
·
O
envolvimento dos leigos e leigas no espírito e na vida de Dom Orione e da sua
Pequena Obra da Divina Providência, hoje tornado Movimento Laical Orionita, tem
raízes históricas seguras e responde a uma precisa sensibilidade e vontade do
Fundador.
· É preciso recordar como o jovem clérigo Orione, em 1890, já estava inserido em duas associações laicais, a Conferência de S. Vicente e a Sociedade de Mútuo Socorro "São Marciano".
· O seu primeiro coleginho de "São Bernardino" (1839) foi fundado como "Internato Paterno", por iniciativa de uma associação de "Pais", e foi gerido por Dom Orione com a ajuda de leigos e leigas solícitos.
· Ainda nos inícios da fundação da Pequena Obra, em 1899, em Turim, Dom Orione lançou o projeto da primeira Associação feminina: "Ao redor dos nossos Institutos surjam as Damas da Divina Providência, uma associação grande onde todas as almas se encontrem unidas no campo da caridade e num mesmo pensamento de abnegação e de sacrifício".
· É surpreendente saber que Dom Orione, já nas Constituições manuscritas de 1904, previu uma forma de consagração também para os leigos "que desejam com todo ânimo seguir a perfeição, e estariam dispostos a fazer os votos, se fosse-lhes concedido".Apenas a Igreja, em 1947, reconheceu canonicamente os Institutos Seculares, foi dever e alegria dar seguimento àquele desejo do Pai com o encaminhamento daquele que se tornara o Instituto Secular Orionita.
· Dom Orione tinha uma visão dos Ex-alunos "como apóstolos"; muitos desses, inseridos na vida civil, continuavam a ser, como leigos, parte viva da Família Orionita. Através da correspondência pessoal e da constituição em Associação (1934) cultivou o seu permanente envolvimento na vida e nos ideais da Pequena Obra.
· É conhecida a capacidade do Fundador no zelo pelos Amigos, nos quais via verdadeiros discípulos e colaboradores. Na familiaridade da relação, guiava, formava e valorizava-os nas obras de bem, desenvolvendo neles uma consciência apostólica. Envolvia-os diretamente, às vezes também estavelmente, nas suas atividades de Congregação e os encorajava naquelas próprias do seu estado e profissão. Constituíram-se em Associação em 1940.
· A estas iniciativas do Fundador com os leigos e leigas, seguiram-se após sua morte (12 de março 1940), aquelas, numerosíssimas, dos seus discípulos, favorecidas também pela progressiva mudança das condições sociais e do sentir eclesial.
· O caminho do Movimento Laical Orionita, como é atualmente entendido, isto é, unitário, diversificado mas coordenado, organizado, sujeito autônomo identificado pelo carisma de Dom Orione, em comunhão com toda a Pequena Obra da Divina Providência, tem uma história recente.
· O início é claramente reconhecível na Moção 11 do Capítulo Geral dos Filhos da Divina Providência (1922) e no VIII Capítulo Geral das Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade (1933): "Para Promover entre todos os Confrades e nos diversos setores das atividades da Congregação, a atuação das diretrizes da Igreja sobre a vocação e o papel dos leigos (Cfr. Apostolicam actuositatem, Christifideles laici e outros) pede-se que o Governo coordene a projeção das iniciativas aptas a atingir os objetivos de promoção da vocação e do papel dos leigos".
· Após dois anos dedicados ao conhecimento da situação e ao estudo da realidade laical que vive na órbita de Dom Orione nas diversas nações, o Superior geral enviou a todos os Filhos da Divina Providência uma "Carta programática" (18.12.1995) para encaminhar o Movimento Laical Orionita; a essa fez rápido seguimento a carta análoga da Superiora geral (23.12.1995) que empenhava também as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade no mesmo caminho.
· Com um envolvimento harmonioso de religiosos, religiosas, leigos e leigas colocou-se em andamento as coordenações locais, provinciais e geral. Em Rocca di Papa (9-12 outubro 1997), realizou-se o primeiro Congresso Internacional do MLO que deu dinamismo e criatividade ao Movimento. Tal evento, confortado por uma particular Mensagem do Papa, pode ser considerado o ato de nascimento oficial do Movimento. O 11º Capítulo Geral dos Filhos da Divina Providência (1988) deu um ulterior impulso ao crescimento do MLO.
· Terminada a fase de primeira constituição do MLO, percebeu-se logo a exigência de um documento com linhas de formação e organização que fosse de referência segura para o caminho do MLO, diferente nos seus componentes por nacionalidade, cultura, categoria, tipo de associação e de pertença. Habituou-se chamar este documento "carta de comunhão" e por três anos as coordenações locais, provinciais se confrontaram para exprimir neste texto as motivações, os valores e as estruturas organizativas que favoreceriam o cominho futuro do MLO. Em Ariccia, de 28 de junho a 1 de julho de 2001, durante uma reunião dos representantes do MLO das diversas nações, o texto tomou a sua forma definitiva que, com alguns retoques, foi aprovada durante o segundo Congresso Internacional do MLO (Claypole, 7-13 outubro 2002).
· É preciso recordar como o jovem clérigo Orione, em 1890, já estava inserido em duas associações laicais, a Conferência de S. Vicente e a Sociedade de Mútuo Socorro "São Marciano".
· O seu primeiro coleginho de "São Bernardino" (1839) foi fundado como "Internato Paterno", por iniciativa de uma associação de "Pais", e foi gerido por Dom Orione com a ajuda de leigos e leigas solícitos.
· Ainda nos inícios da fundação da Pequena Obra, em 1899, em Turim, Dom Orione lançou o projeto da primeira Associação feminina: "Ao redor dos nossos Institutos surjam as Damas da Divina Providência, uma associação grande onde todas as almas se encontrem unidas no campo da caridade e num mesmo pensamento de abnegação e de sacrifício".
· É surpreendente saber que Dom Orione, já nas Constituições manuscritas de 1904, previu uma forma de consagração também para os leigos "que desejam com todo ânimo seguir a perfeição, e estariam dispostos a fazer os votos, se fosse-lhes concedido".Apenas a Igreja, em 1947, reconheceu canonicamente os Institutos Seculares, foi dever e alegria dar seguimento àquele desejo do Pai com o encaminhamento daquele que se tornara o Instituto Secular Orionita.
· Dom Orione tinha uma visão dos Ex-alunos "como apóstolos"; muitos desses, inseridos na vida civil, continuavam a ser, como leigos, parte viva da Família Orionita. Através da correspondência pessoal e da constituição em Associação (1934) cultivou o seu permanente envolvimento na vida e nos ideais da Pequena Obra.
· É conhecida a capacidade do Fundador no zelo pelos Amigos, nos quais via verdadeiros discípulos e colaboradores. Na familiaridade da relação, guiava, formava e valorizava-os nas obras de bem, desenvolvendo neles uma consciência apostólica. Envolvia-os diretamente, às vezes também estavelmente, nas suas atividades de Congregação e os encorajava naquelas próprias do seu estado e profissão. Constituíram-se em Associação em 1940.
· A estas iniciativas do Fundador com os leigos e leigas, seguiram-se após sua morte (12 de março 1940), aquelas, numerosíssimas, dos seus discípulos, favorecidas também pela progressiva mudança das condições sociais e do sentir eclesial.
· O caminho do Movimento Laical Orionita, como é atualmente entendido, isto é, unitário, diversificado mas coordenado, organizado, sujeito autônomo identificado pelo carisma de Dom Orione, em comunhão com toda a Pequena Obra da Divina Providência, tem uma história recente.
· O início é claramente reconhecível na Moção 11 do Capítulo Geral dos Filhos da Divina Providência (1922) e no VIII Capítulo Geral das Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade (1933): "Para Promover entre todos os Confrades e nos diversos setores das atividades da Congregação, a atuação das diretrizes da Igreja sobre a vocação e o papel dos leigos (Cfr. Apostolicam actuositatem, Christifideles laici e outros) pede-se que o Governo coordene a projeção das iniciativas aptas a atingir os objetivos de promoção da vocação e do papel dos leigos".
· Após dois anos dedicados ao conhecimento da situação e ao estudo da realidade laical que vive na órbita de Dom Orione nas diversas nações, o Superior geral enviou a todos os Filhos da Divina Providência uma "Carta programática" (18.12.1995) para encaminhar o Movimento Laical Orionita; a essa fez rápido seguimento a carta análoga da Superiora geral (23.12.1995) que empenhava também as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade no mesmo caminho.
· Com um envolvimento harmonioso de religiosos, religiosas, leigos e leigas colocou-se em andamento as coordenações locais, provinciais e geral. Em Rocca di Papa (9-12 outubro 1997), realizou-se o primeiro Congresso Internacional do MLO que deu dinamismo e criatividade ao Movimento. Tal evento, confortado por uma particular Mensagem do Papa, pode ser considerado o ato de nascimento oficial do Movimento. O 11º Capítulo Geral dos Filhos da Divina Providência (1988) deu um ulterior impulso ao crescimento do MLO.
· Terminada a fase de primeira constituição do MLO, percebeu-se logo a exigência de um documento com linhas de formação e organização que fosse de referência segura para o caminho do MLO, diferente nos seus componentes por nacionalidade, cultura, categoria, tipo de associação e de pertença. Habituou-se chamar este documento "carta de comunhão" e por três anos as coordenações locais, provinciais se confrontaram para exprimir neste texto as motivações, os valores e as estruturas organizativas que favoreceriam o cominho futuro do MLO. Em Ariccia, de 28 de junho a 1 de julho de 2001, durante uma reunião dos representantes do MLO das diversas nações, o texto tomou a sua forma definitiva que, com alguns retoques, foi aprovada durante o segundo Congresso Internacional do MLO (Claypole, 7-13 outubro 2002).
CARTA DE COMUNHÃO DO
MOVIMENTO LAICAL ORIONITA
I. IDENTIDADE
Felipe disse a Jesus:
"Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós". Jesus respondeu:
"Faz tanto tempo que estou no meio de vocês e ainda não me conhece,
Felipe? Quem me viu o Pai" (Jo 14, 8-9)
1. Nome e
Identidade
O Movimento Laical
Orionita (MLO) é a agregação de leigos e leigas em caminho de comunhão eclesial
que, associados ou não, vivem o carisma de Dom Orione nas suas particularidades
situações e estados de vida e partilham com a Família Orionita a missão de
"Instaurare omnia in Christo" (Ef 1,10).
2. Membros
São membros do MLO todos
aqueles leigos e leigas pertencentes ou não a associações orionitas que,
radicados no Evangelho, desejam viver e transmitem o carisma de Dom Orione no
mundo, em comunhão com a Família orionita, com empenho de crescer no exercício
da "caridade que tudo
restaura, tudo edifica, tudo unifica em Cristo e na sua Igreja". (Scritti
di Don Orione (citato Scritti) 61, 153.
3. Fim Específico
Em sintonia com o projeto
de Dom Orione de "renovar
e unificar em Jesus Cristo o homem e a sociedade, levando à Igreja e ao Papa o
coração dos pequenos, dos pobres e das classes operárias", (Cfr. Scritti
8, 209; 59, 21; 52, 9; AA.VV. Nos Passos de Dom Orione. Subsídio para a
formação ao carisma, Ed. Loyola, São Paulo 1997, p. 141 e 142.) o
fim específico do MLO é favorecer a irradiação espiritual da Família orionita
além das fronteiras visíveis da Pequena Obra aprofundando os traços
carismáticos para uma sempre mais eficaz atuação da sua missão específica na
Igreja e no mundo (Mensagem de
João Paulo II ao MLO, 7 outubro 1997, n.3.) Tal fim realiza-se em
particular com o acompanhamento, a animação e a formação ao carisma dos
membros, respeitando a história e as formas de participação de cada um.
4. As Origens
O Movimento tem suas
origens em Dom Orione, o qual, durante toda a sua vida, envolveu os leigos e
leigas no seu espírito e na sua missão para "semear
e arar Cristo na sociedade".
O
caminho do MLO, como atualmente é entendido, tem uma história recente cujas
etapas são assinaladas pelas seguintes datas:
1. 1992-1993: no X Capítulo Geral dos
Filhos da Divina Providência e no VIII da Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade
foi tratado e decidido a orientação da Pequena Obra para a "promoção da
vocação e do papel dos leigos".
2. 1995: o Superior Geral endereça a todos
os Filhos da Divina Providência uma "Carta programática" para
viabilizar o MLO; a essa, segue-se aquela análoga da Superiora Geral que
compromete também as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade no mesmo caminho.
3. 1997: em Rocca di Papa, durante o
primeiro Congresso Mundial do MLO, são confrontadas idéias e experiências dos
primeiros passos do movimento e concordadas algumas orientações comuns para o
futuro. Tal evento, confortado por uma particular Mensagem do Papa, pode ser
considerado o ato de nascimento oficial do Movimento.
5. Relações na
Família Orionita
Desde o início, Dom
Orione Pensou na Pequena Obra da Divina Providência (Filhos da Divina
Providência, Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade e vários componentes
laicais) como a “planta única
com diversos ramos”, “corrente de águas vivas que espalham em tantos canais”, como
“uma família unida em Cristo”.
Juntos,
religiosos/as, leigos/as, vivem e difundem a riqueza carismática transmitida
por Dom Orione através de uma reciprocidade de dons dentro da família orionita.
Os religiosos/as, “guias espertos da vida espiritual”, são chamados a “cultivar
nos leigos/as o talento mais precioso: o espírito”. Os leigos/as “que
escolheram partilhar o carisma orionino vivendo no mundo, são convidados a ser
zelosos e generosos em oferecer à Pequena Obra da Divina Providência a preciosa
contribuição de sua secularidade e de seu serviço específico”.
Para
uma apresentação pública da Família Orionita (FDP, PIMC, ISO, MLO), reconhecem
no Superior Geral em comunhão com a mesma, enquanto sucessor de Dom Orione, o
ponto de referência do carisma do Fundador.
6. Sede
A
sede geral do MLO é em Roma, onde se encontram também as Sedes das Congregações
religiosas de Dom Orione.
II. VALORES
INSPIRADORES
“Existem dons
diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o
mesmo; diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos”
(1 Cor 12,4-6)
7. O Carisma
Orionino
O carisma de Dom Orione
consiste em “viver e difundir
o conhecimento e o amor de Jesus Cristo, da Igreja e do Papa, especialmente no
povo e entre os pobres mais distantes de Deus e mais abandonados” afim
de que, cada pessoa possa encontrar a própria dignidade e a liberdade dos
filhos de Deus. Os leigos e leigas do MLO, confiantes na Divina Providência,
como Dom Orione, comprometem-se em viver o carisma e a construir um mundo mais
justo e mais humano, em contínua atenção aos sinais dos tempos, para “Instaurare omnia in Christo”.
8. Aspectos
Característicos da Espiritualidade do Orionita
Somos herdeiros dos
quatro grandes amores de Dom Orione: Jesus, Maria, Papa, Almas.
1. JESUS: “Só Ele é a fonte viva de fé e de caridade que pode
restaurar e renovar o homem e a sociedade”.
2. MARIA: “a quem veneramos e proclamamos como nossa Mãe e celeste
Fundadora da Pequena Obra”
3. PAPA: “o
Papa é o vigário de Jesus Cristo nosso Deus e Redentor, é o ‘doce na terra’,
como o chamou Santa Catarina de Sena; é o nosso guia seguro, é o nosso Mestre
infalível, é nosso verdadeiro Pai”.
4. ALMAS:
“Almas e Almas! Eis toda a nossa vida; eis o nosso grito, o nosso programa,
toda a nossa alma, todo o nosso coração”.
Reconhecemos como
aspectos característicos da nossa espiritualidade: o empenho na caridade que
salvará o mundo (“só a
caridade salvará o mundo”); a operosa confiança na Divina
Providência; o amor à Eucaristia, a Cristo Crucificado, a Nossa Senhora, à Igreja
e ao Papa; a valorização e o respeito pela pessoa, com a atenção aos pobres
mais pobres, aos últimos e aos mais distantes; o espírito de pobreza evangélica
e de família; a missionaridade e a paixão pela unidade; o otimismo na fé, a
alegria, a humildade, a simplicidade, a esperança, a acolhida, a partilha e o
espírito de adaptação à fadiga; a iniciativa, a disponibilidade e a atenção às
novas formas de pobreza.
9. Dom Orione com
os leigos
Para realizar o “sonho”
de levar o Evangelho e a caridade a todos os povos, Dom Orione, pioneiro em
promover as vocações laicais, entendeu perfeitamente que devia procurar a
colaboração e a co-responsabilidade dos leigos e Leigas; esses participariam
das atividades da Pequena Obra no campo das realidades temporais com os
religiosos e as religiosas e poderiam ir lá, onde estes não podem
ordinariamente chegar, assegurando assim a presença da Igreja no serviço
missionário e apostólico da caridade.
A atenção particular,
afetuosa e paterna de Dom Orione para com os leigos e leigas, vê-se refletida
em muitos dos seus escritos e cartas pessoais, na quais fazia-os conhecedores
das aspirações do seu espírito e ajudava-os com os seus conselhos.
Tudo isto deve-se à sua
profunda intuição de que o povo cristão é o verdadeiro artífice da renovação da
sociedade.
10. Espírito
Apostólico Orionita
O Espírito Santo está
suscitando na Igreja uma mais viva consciência da vocação dos leigos e leigas e
a sua missão para renovar em Cristo a pessoa humana e a sociedade.
Para encarnar a consagração
batismal, inspirando-se em Dom Orione, os leigos e leigas comprometem-se com a
alegre disponibilidade a:
1. “ser fermento, uma pacífica força de
renovação cristã”
semeando Cristo no coração das pessoas, da sociedade e das culturas,
colocando-se ao serviço dos jovens, do “pobres
mais pobres” e da Igreja;
2. construir o Reino de Deus mediante
gestos, obras de caridade e de promoção da justiça, denúncia das violações da
dignidade humana, respeitando a diversidade dos dons e a vocação de cada pessoa
e de cada comunidade, de cada povo e de cada grupo, tornando-se uma coisa só
através do carisma do Pai Fundador.
3. formar as crianças, os jovens e os
adultos para os valores espirituais e civis da liberdade, da tolerância, da
fraternidade, da justiça, da solidariedade e da responsabilidade.
4. aderir ao mandato do Papa aos leigos e
leigas para o terceiro milênio: "prosseguir no caminho da esperança,
construindo o futuro a partir de sua específica vocação cristã. Solidamente
radicados em Cristo e sustentados pelos ensinamentos sempre atuais do Concílio
Vaticano II, testemunhem o Evangelho aos homens e mulheres do nosso
tempo".
III. FORMAÇÃO
“Não estava
no nosso coração ardendo Quando ele nos falava pelo caminho,
e nos explicava as
Escrituras?” (Lc 24,32)
11. Importância
e Finalidade da Formação
“Para descobrir e
viver a própria vocação e missão, os fiéis leigos devem ser formados àquela
unidade da qual é assinalado o seu próprio ser membros da Igreja e cidadãos da
sociedade humana”.
O MLO, reforçando nos
seus membros o sentido de pertença à Igreja mediante o batismo, ajuda a
formá-los no carisma orionino, que constitui a sua identidade e razão de ser na
Igreja, com objetivo de oferecer ao povo de Deus a contribuição específica para
a qual o Senhor suscitou Dom Orione e a Pequena Obra. A formação consiste num
caminho gradual, global e permanente através de uma revelação vital com a
Palavra de Deus, com a Igreja, sob o exemplo de Dom Orione, com concretas
relações e experiências eclesiais e orioninas.
12. Conteúdos
Específicos
Somos conscientes, como
relembrava Dom Orione, que devemos “primeiro
renovar-nos em Cristo, para depois renovar os outros” através de
uma formação humana, espiritual, doutrinal, missionária e carismática.
Conteúdos específicos da
formação ao carisma orionino que não podem faltar são os seguintes:
1. profundo respeito pela pessoa humana: ‘servir nos homens o Filho do Homem”;
2. educação à caridade universal, com
atenção aos “pobres mais
pobres”: “fazer o bem a todos, fazer o bem sempre, o mal nunca a ninguém”;
3. sentido de pertença à Igreja e ao Papa:
“ninguém nos vença no amar com
todas as nossas forças o Papa e a Igreja, ninguém nos vença no amor, na
devoção, na generosidade para com a Mãe Igreja e o Papa”;
4. compromisso ecumênico: “é próprio do nosso Instituto promover,
na sua pequenez, a ação da Divina Providencia no conduzir as almas e as
instituições humanas e tomar lugar na Santa Igreja… consagrando-se com todo
estudo e sacrifício de caridade, a obter a união das Igrejas separadas”;
5. confiança na Divina Providência, que
leva a vier o espírito de pobreza: “A
perfeita alegria não pode acontecer senão na perfeita dedicação de si a Deus e
aos homens”;
6. devoção a Maria: “A Jesus, ao Santo Padre e às Almas, por
Nossa Senhora”.
O “projeto” formativo
prevê também:
1. o aprofundamento do conhecimento do
Fundador, dos Santos de família e da vida da Pequena Obra da Divina
Providência;
2. momentos de vida orionina com festas de
família, atividades caritativas, peregrinações a lugares orioninos, tempos de
oração, encontros formativos e retiros da família orionita.
13. Estruturas de Formação
As coordenações nos vários níveis, ao
estabelecer relações entre as diferentes realidades locais, culturais e
sociais, e respeitando as características próprias de cada grupo, iniciarão um
processo de formação que sustente e promova, em cada membro, a vocação laical a
partir da identidade orionina com referência ao conhecimento, às atitudes e às
habilidades operativas.
14. Responsabilidades Formativas de
Coordenação
As coordenações têm a responsabilidade
de:
COORDENAÇÃO LOCAL E/OU REGIONAL:
– desenvolver e conservar a própria identidade espiritual e
apostólica mediante encontros de formação, jornadas de espiritualidade,
retiros, peregrinações e divulgação de material orionino; favorecer a
participação em alguns momentos de oração com a comunidade religiosa.
– criar condições formativas para
aprofundar linhas programáticas comuns;
– cuidar da formação dos formadores/as.
Será constituído, para tal objetivo, um
centro de estudos e uma equipe mista, de consagrados/as e leigos/as, que
promovam subsídios e propostas formativas.
Organizar anualmente os exercícios espirituais da família orionita.
IV. MISSÃO
“Cada um viva de acordo com a graça
recebida e coloquem-se a serviço dos outros, como bons administradores das
muitas formas da graça que Deus concedeu a vocês.” (1 Pd 4,10)
15. Testemunho e Missão
O objetivo do nosso testemunho e missão,
como ensinava Dom Orione, é aquele de “instaurare
omnia in Christo: iluminar e santificar as almas no conhecimento e na caridade
de Deus, e renovar sucessivamente todas as instituições e todas as coisas,
também pertencentes à sociedade civil dos homens”.
Realizamos a nossa vocação no “buscar o Reino de Deus conhecendo a
realidade e ordenando-a segundo Deus”, “sendo portadores de uma fé e confiança
inabalável na Divina Providência” e “empenhando-nos na realidade social para
favorecer o progresso civil e religioso da humanidade”.
Este se manifesta nas escolhas de formação
pessoal e de grupo, no compromisso e no testemunho no âmbito da comunidade
eclesial e civil.
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